sábado, 26 de abril de 2008

II Feralt - Rock por comida

Tudo bem que não peguei a época dos festivais de Rock dos anos 70 e 80 (afinal não sou tão velho assim), período onde o Rock brasileiro ganhou grande proporção, onde a música tinha uma essência poética, crítica e com uma musicalidade incrível. Nesse período a música, assim como outras formas de expressão artística, era um instrumento na luta contra a opressão militar e fazia um contraponto ao preconceito de todas as formas. Ao longo dos tempos esse tipo de movimento alternativo foi perdendo espaço na mídia devido a diversos fatores, que não vem ao caso colocar aqui, na verdade onde quero chegar é que esse movimento apesar de não aparecer nas grandes mídias hoje, ele continuou e continua.

A banda Mente Profana, a qual vou me deter a falar pois conheço um pouco da sua história, é uma dessas bandas que sobreviveu ao tempo, a banalização e vulgarização da música pela mídia. Nascida, salvo o engano, nos anos 70, a banda já passou por várias formações mas sem perder a sua essência e sua alma. Pessoas como Mário (Neno), Roberto e Avelar, são raridades da música que tive o prazer de conhecer e compartilhar de suas poesias cantadas. Anos 2000, século XXI, nova formação... hoje em seis Neno, Roberto, Fernado FX2, Pedrinho, Ana Amélia e Diogo a banda continua cantando como nunca suas poesias, misturando o Canto lírico e rock sem perder o senso crítico da insatisfação com o sistema.

No II Feralt a banda Mente Profana foi mais uma que compôs o quadro de quatro bandas, que não deixaram a desejar, entre elas um destaque especial para Os Giramundo, que tocou músicas próprias e couvers de bandas como Mopho, The Beatles e Raul Seixas. Esse festival me lembrou muito os antigos festivais citados anteriormente, com o mar da Garça Torta de fundo, pés tocando na areia molhada, pessoas a vontante cantando e curtindo um bom som lembrando os tempos da Tropicália.

Foi um dia apenas. Imagino a dificuldade devido a falta de apoio, mas uma boa proposta que acho que não deveria morrer... e sim crescer e alimentar outros festivais além do rock. Quem não foi, perdeu a energia que pairava sobre o local, mas terá outras oportunidades de participar e construir outros. O que não pode morrer mesmo é a vontade de construir espaços para que artistas possam colocar idéias de contraponto cultural.

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